Um vírus, esse ente ainda mal definido pela Ciência da Vida, saído sabe-se lá de que furna dos Infernos, iludiu meus rastreadores biológicos, instalou-se numa posição estratégica e provocou sérios estragos em minhas primeiras colunas defensivas. Por conseguinte, o Estado-Maior ficou exposto e foi preciso o sacrifício de muitos bravos combatentes para a nação permanecer de pé. E ela não tombou acamada por puro estoicismo. Agora, enquanto saneiam as Forças Armadas o campo de batalha (e como há sujeira, Deus!), tento retornar ao labor de registrar aqui minhas teorias sem graça, que os meus amigos lêem por caridade cristã e para não contrariar o dono do blog, que é um neurastênico beirando às portas da loucura.
Para completar, um imbecil invadiu minha conta no Orkut e começou a propagar vírus através dela, contaminando os computadores de meus incautos amigos, que começaram a reclamar que não conseguiam abrir o arquivo enviado por "mim" ou por "eu" estar lhes enviando vírus. Esse último assunto me irritou, porque houve uma tripla ofensa por parte da criatura, a mim (menos mal), à Língua Portuguesa e às leis biológicas (essas duas últimas imperdoáveis).
Não que eu seja um literato, longe disso. Este texto, por exemplo, deve estar repleto de erros gramaticais que nem consigo detectar. Mas o sujeito que usou meu nome, nunca passou nem perto de uma sala de aula em que se tratasse do assunto. Usou aquelas abreviações de preguiçoso (msg) e escreveu um "pocha", com ch e sem acento circunflexo no "o", que me provocou calafrios - que nem foram de febre. O sujeito também ofendeu a Biologia, ao tentar copiá-la canhestramente.
Os vírus costumam ludibriar o organismo humano, obrigando-o a reproduzi-los e, a depender de sua periculosidade, levando-o até a morte. O ebola agride o sistema circulatório assim. A "fita" de RNA que penetra o núcleo da célula e instala-se no cromossomo é copiada em larga escala, até que rompe o citoplasma e, numa reação em cadeia, todas as células do referido sistema provocam hemorragias internas que, se não me falhe a memória, matam o sujeito em até cinco ou quinze dias, não sei. Mas note-se a interpretação de elemento comum ao corpo que ele realiza. É difícil detectá-lo. Portanto, o vírus é espião bem treinado e mortífero. Já o "outro vírus"...
Eu nunca mando mensagens coletivas, nunca envio correntes ou arquivos de qualquer natureza; não mando girafinhas, elefantinhos, balõezinhos, que tenham por finalidade mostrar "a magia da natureza em ação", fora que nem de longe escrevo daquela forma descuidada, por puro respeito ao único idioma que consigo pelo menos arranhar. Portanto, a cópia foi muito mal feita e não conseguiu reproduzir a astúcia de mecanismos de camuflagem como os dos vírus ou do mimetismo. Mas como nossos sistemas de defesa dependem de nossa maneira de viver, de nosso equilíbrio etc., isso me faz refletir.
Estamos no mundo virtual. Nele nos expressamos muitas vezes de maneira envernizada, superficial. A maioria dos relacionamentos é asséptica, resistente à contaminação mútua, tão importante para as vivências humanas e a educação integral. Não nos enxergamos muito bem no virtual, porque o virtual não sofre a prova da convivência, em cuja qual os humores, odores (agradáveis ou não), maus modos, se manifestam e podem ser desagradáveis. No virtual estamos como no mundo platônico: tudo é ideal. Eu tento ser transparente aqui, expressando-me como faço em qualquer lócus, mas talvez não seja o suficiente. E todos nós estamos com os anticorpos em baixa, porque não conseguimos fazer no mundo corpóreo o que conseguimos no ideal: conviver plenamente.
Vou ao encontro de minha meia-dúzia de três ou quatro amigos, a fim de que eles me conheçam melhor. Vou ser mais transparente a partir de hoje, a fim de não vê-los depois dizer ou escrever, em algum lugar: "Um vírus, esse ente ainda mal definido pela Ciência da Vida, saído sabe-se lá de que furna dos Infernos, iludiu meus rastreadores biológicos..."
PS: Alguém aí sabe me dizer que tipo de notoriedade alguém como esse cabeça-de-bagre, que realiza um feito e não pode torná-lo público, permanecendo incógnito e insignificante no anonimato, busca?