Ando sem condições de escrever tanto. Acho que são as dores constantes em minha escápula esquerda. Tenho percebido que as lesões que trago pelo corpo são de minha alma, que melhora a cada dia, mas que tem suas recaídas. Por isso, tenho enfrentado dificuldades para registrar aqui minhas umbilicais teorias. Minha escápula está bastante inflamada e as radiculopatias (da quinta cervical à primeira torácica) têm me incomodado bastante, ultimamente. Foram diagnosticadas, em função do nexo causal com o trabalho, como Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o Trabalho (DORT), por diversos médicos que já me atenderam. Fruto da falta de ergonomia no ambiente e na realização do meu antigo trabalho.
Mas a ausência de ergonomia maior está dentro de mim mesmo e de todos nós, que nos submetemos, de bom grado, a uma rotina torturante, como a repetir e reforçar a culpa originada no erro do primeiro homem e da primeira mulher. Para quê tanto sofrimento que nos impomos? A troco de quê giramos nessa roda que destitui as tarefas da existência de significado? O problema não é repetir os atos, mas repetir os pensamentos e a subserviência atroz que caracteriza nossas personalidades conformistas. E não estou falando simplesmente dos problemas materialistas dialéticos da luta de classes ou coisa que o valha. Estou falando, outra vez, do nosso misoneísmo, interpretado em cenas vulgares da mais vergonhosa canastrice existencial.
Estou falando de nossa astúcia na busca do mais fácil, do mais cômodo, do menor esforço. Acumulamos um repertório de fugas da realidade e de máscaras que só nos atrasam a evolução e o entendimento profundo da vida. E preferimos uma rotina acéfala, que nos protege da necessidade de pensar, sentir e modificar-se; modificar-se e crescer, progredindo. O problema é que essa astúcia sempre se volta contra nós.
Os deuses punitivos que jazem em nosso íntimo, então, nos impulsionam a carregar pedras como a expurgar a culpa que dilacera nossas tessituras íntimas. E, reiteradas vezes, empurramos os mesmos calhaus, montanha acima, sem perceber que seria muito bom subir o aclive observando a paisagem, a vida estuante nos olhos das pessoas, no alvoroço dos bichos, no colorido mítico das plantas, nas estrelas ardentes do Infinito.
Seria lindo, ao final do dia, poder olhar para baixo, descansados, e vislumbrarmos a estrada tortuosa trilhada, a paisagem longínqua, as peripécias dos arraiais humanos e sentir satisfação não apenas por ter subido o morro, depositado a rocha e obtido a aparente vitória, mas em estar vivo, simplesmente. E se saber vivo e relevante. E ter vontade de descer de novo e trazer conosco, dessa vez, todos os que estão lá embaixo. O bom trabalho seria assim, por mais repetitivo fosse descer e subir montanhas, largando as pedras e amontoando amigos, na eterna construção de nós mesmos.
Assim seríamos, cada vez mais.
Mas a ausência de ergonomia maior está dentro de mim mesmo e de todos nós, que nos submetemos, de bom grado, a uma rotina torturante, como a repetir e reforçar a culpa originada no erro do primeiro homem e da primeira mulher. Para quê tanto sofrimento que nos impomos? A troco de quê giramos nessa roda que destitui as tarefas da existência de significado? O problema não é repetir os atos, mas repetir os pensamentos e a subserviência atroz que caracteriza nossas personalidades conformistas. E não estou falando simplesmente dos problemas materialistas dialéticos da luta de classes ou coisa que o valha. Estou falando, outra vez, do nosso misoneísmo, interpretado em cenas vulgares da mais vergonhosa canastrice existencial.
Estou falando de nossa astúcia na busca do mais fácil, do mais cômodo, do menor esforço. Acumulamos um repertório de fugas da realidade e de máscaras que só nos atrasam a evolução e o entendimento profundo da vida. E preferimos uma rotina acéfala, que nos protege da necessidade de pensar, sentir e modificar-se; modificar-se e crescer, progredindo. O problema é que essa astúcia sempre se volta contra nós.
Os deuses punitivos que jazem em nosso íntimo, então, nos impulsionam a carregar pedras como a expurgar a culpa que dilacera nossas tessituras íntimas. E, reiteradas vezes, empurramos os mesmos calhaus, montanha acima, sem perceber que seria muito bom subir o aclive observando a paisagem, a vida estuante nos olhos das pessoas, no alvoroço dos bichos, no colorido mítico das plantas, nas estrelas ardentes do Infinito.
Seria lindo, ao final do dia, poder olhar para baixo, descansados, e vislumbrarmos a estrada tortuosa trilhada, a paisagem longínqua, as peripécias dos arraiais humanos e sentir satisfação não apenas por ter subido o morro, depositado a rocha e obtido a aparente vitória, mas em estar vivo, simplesmente. E se saber vivo e relevante. E ter vontade de descer de novo e trazer conosco, dessa vez, todos os que estão lá embaixo. O bom trabalho seria assim, por mais repetitivo fosse descer e subir montanhas, largando as pedras e amontoando amigos, na eterna construção de nós mesmos.
Assim seríamos, cada vez mais.
3 comentários:
ricardo, adorei seu blog...
ou melhor, desde q te conheci no centro q sempre gostei de suas palavras q muitas vezes pareciam q estavam sendo ditas a mim somente, e mais ninguém! Eu li alguns de seus posts mas cada vez q entrar na net agora vou ler os outros q vc já postou, adorei!!!E continue sempre sendo essa pessoa inteligente e querida q tu és!
Ricky, esse tem que ir pro livro! Eu viajei aqui que ia ficar numa de Sísifo, mas depois voltei a ler o trecho e entendi melhor.
Beleza de reflexão!!
Abraço pra ti ;)
Nossa! Às vezes é melhor nem ter tanta consciência assim, não? E a receita, além das tuas constatações, é exercício físico para o resto da vida.
Abç.
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