Perdi um texto, hoje pela manhã. Ele era promissor, lindo mesmo, mas se foi. Esmaeceu aos poucos, evadindo-se de minha memória, calma e decisivamente. Ficou-me apenas parte do enlevo que senti, ao ler, na tela da minha mente, sua primeira frase – que nem mesmo sei mais. Quem o pariu: a reestruturação cognitiva, organizando conteúdos de ontem? Uma inspiração, um insight? Ou teria sido o sopro fugidio de uma Musa vinda do Olimpo, e que resolveu partir ao perceber que preferi dormir um pouco mais, ao invés de registrar a mensagem que me trouxe? Não sei.
Só sei que, enquanto escrevo, percebo já serem 00:10 h (considerem aí o fuso-horário do blogspot) do dia 10 de dezembro de 2006, portanto o dia seguinte ao fato. E, por mais eu tente mergulhar na minha intimidade neuronal, buscando, no oceano do inconsciente, vestígios da idéia, do sentimento e dos signos materiais que o compunham, só me deparo com o nada e nada mais. Pena não ter tido forças para levantar-me e buscar um papel e uma caneta ou lápis que o pudesse registrar.
Costumo, por outras razões, imaginava eu, dormir com esses utensílios por perto e várias vezes escrevi rascunhos, anotações inacabadas, graças a esse recurso. Porém, dessa vez, fui pego na tarefa sem o devido equipamento e o resultado é esse acidente de trabalho terrível para um aprendiz de escritor medíocre, que é essa maldita invisibilidade encobrindo tudo.
Ou será que criei um bloqueio moral para reverter um possível efeito criptomnésico, evitando um plágio inconsciente?
Só sei que, enquanto escrevo, percebo já serem 00:10 h (considerem aí o fuso-horário do blogspot) do dia 10 de dezembro de 2006, portanto o dia seguinte ao fato. E, por mais eu tente mergulhar na minha intimidade neuronal, buscando, no oceano do inconsciente, vestígios da idéia, do sentimento e dos signos materiais que o compunham, só me deparo com o nada e nada mais. Pena não ter tido forças para levantar-me e buscar um papel e uma caneta ou lápis que o pudesse registrar.
Costumo, por outras razões, imaginava eu, dormir com esses utensílios por perto e várias vezes escrevi rascunhos, anotações inacabadas, graças a esse recurso. Porém, dessa vez, fui pego na tarefa sem o devido equipamento e o resultado é esse acidente de trabalho terrível para um aprendiz de escritor medíocre, que é essa maldita invisibilidade encobrindo tudo.
Ou será que criei um bloqueio moral para reverter um possível efeito criptomnésico, evitando um plágio inconsciente?
Ah, CANSEI!
6 comentários:
Como você mesmo já sentenciou: " Como entender aquilo que só pertence a nós?! Como externar essas mensagens de sentimentos individualíssimos e pessoais que insistem em se conter nos obstáculos da consciência?!"
É meu amigo! O bloqueio criptomnesiano impede-nos de externar sensações que a outros poderiam ser difíceis de serem entendidas e que, por enquanto, só pertencem ao nosso subconsciente.
Que a paz esteja sempre consigo!
Visitei seu blog por indicação de uma amiga em comum: Renata Gusmao.
Numa conversa sobre a escassez de novos e bons escritores ela comentou sobre voce. Concordo com ela! Ainda ha esperança!
meu recado é um só: trate de espalhar blocos e canetas (ou lápis) pela casa! E um gravador sempre por perto também não seria de todo mal.
Minha mãe sempre me diz sabiamente para não deixar para amanhã o que posso fazer hoje (onde será que ela aprendeu isso?). Sugiro que siga esse ensinamento dela (você bem sabe que eu mesmo quase nunca sigo...).
E da próxima vez que nos encontrarmos, não esqueça de me cobrar um lápis e um bloquinho de papel. É meu presente à literatura contemporânea.
Abraço, Rica!
Não me lembro de ter esquecido alguma vez o que queria escrever, aliás nem me lembro de ter escrito algo que valesse a pena. Já perdi as contas de quantos textos deixei no bolso, sem saber se lamentaria algum dia caso eu resolvesse rasgar um por um, ou se continuaria tentando conter vontade de apagar da memória qualquer palavra que me fizesse lembrá-los.
Leslie
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