Ando pelas ruas a catar idéias que sobrevoam os jardins dos passantes quais borboletas em busca do néctar que as nutra e perpetue. Empunho minha rede ao acaso e colho as que me escolhem, por um capricho que nunca lograrei explicar. E assim vou descobrindo a beleza por trás da realidade em volta, o conjunto de máscaras que adornam a verdade essencial da Natureza.
Ultimamente são muitas as que caem no filó tramado pela minha circuitaria neuronal, por livre e espontânea vontade. Habituado a elas, começo a voejar, timidamente, mas guardo em mim o sonho astuto de ser muito mais que um simples aprendiz. Então me preparo para o dia em que voaremos juntos, elas e eu. Totalmente entregues ao vórtice de um milhão delas, invadiremos “os apartamentos, cinemas e bares, esgotos e rios e lagos e mares, num rodopio de arrepiar”.
Mas, por enquanto, descoberta serendípica que sou (diriam os descrentes), engendro o que serei, de dentro do meu casulo.
Sairei logo mais.
PS: O acaso é um apelido de Deus.
3 comentários:
Adorei o post scriptum!!!
Saudades.
Ricardo, fiquei encantada com a forma com que vc escreve!!! Amei!!Parábens...
O acaso e o destino devem ser irmãos, ou quem sabe companheiros.
Seguindo ao acaso alcançamos nosso destino, ou buscamos o destino e nos deparamos com o acaso no meio do caminho?
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