quinta-feira, janeiro 26, 2006

A Brisa

Esses dias, eu estava sentado na rotina, sem graça. Ela passou, meio acanhada, não sabia bem o que me dizer e nem como se desculpar pela última vez. (Ainda não entendeu que não me importo com seu jeito suavemente evasivo; às vezes acho até charmoso). Roçou-me o rosto duas vezes, sem jeito, e saiu como se quisesse ficar, mas eu estava, infelizmente, acompanhado, e isso pareceu acanhá-la. Se ela me deixasse dizer como me sinto...

Depois que saiu, senti-me de novo no centro de um relógio mecânico e sem graça, que marca horas que não me interessam e compromissos que não quero mais.

Tomara, em breve, ela volte a soprar o meu rosto e eriçar meus cabelos.

A brisa do amor é assim.

sábado, janeiro 14, 2006

Segundo Boletim Meteorológico

Há poucas horas choveu, finalmente. E foi muito bom. Espero a manhã, com certeza ensolarada.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Boletim Meteorológico

Contrariando a última previsão do tempo, até o momento, não choveu. A cordial região, contudo, não sentiu os impactos do fenômeno, permanecendo com sua economia, apesar da seca, estável. Há uma onda de otimismo com a possibilidade de Sol, à tarde.
Próximo boletim a qualquer momento.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Umidade Relativa do Ar

A tarde está cinzenta e úmida. E eu também um pouco, por dentro. Uma melancolia distante vem visitar-me e acho que senti-la é o melhor a fazer. Tem sido assim nos últimos tempos, prefiro entregar-me à sensação provocada pelas coisas a racionalizá-las, afinal, a razão não me deu boas respostas sobre os sentimentos, quando solicitada. Então, deixo à consciência, esse coração da alma, a tarefa de me dar compreensão sobre o meu entorno.

Não consigo chorar. Há uma lágrima que não quer sair - e não porque eu a repreenda, mas por sua vontade própria -, então espero. Espero pacientemente a torrente que há de me lavar, por dentro e por fora. Estou aberto às emoções, às comoções, às trovoadas e aos relâmpagos, que tanto aprecio. Que a chuva caia conforme os índices pluviométricos. Não vou amaldiçoar a bendita tempestade nem cobrirei os espelhos.
Vou me recolher e vivenciar isso, sem guarda-chuvas ou capas. Depois, passados a enxurrada e eventuais desabamentos, registrarei aqui meu relatório meteorológico.