quinta-feira, janeiro 26, 2006

A Brisa

Esses dias, eu estava sentado na rotina, sem graça. Ela passou, meio acanhada, não sabia bem o que me dizer e nem como se desculpar pela última vez. (Ainda não entendeu que não me importo com seu jeito suavemente evasivo; às vezes acho até charmoso). Roçou-me o rosto duas vezes, sem jeito, e saiu como se quisesse ficar, mas eu estava, infelizmente, acompanhado, e isso pareceu acanhá-la. Se ela me deixasse dizer como me sinto...

Depois que saiu, senti-me de novo no centro de um relógio mecânico e sem graça, que marca horas que não me interessam e compromissos que não quero mais.

Tomara, em breve, ela volte a soprar o meu rosto e eriçar meus cabelos.

A brisa do amor é assim.

2 comentários:

Rafael Melo disse...

Essa brisa vem de uma avenida bifurcada e sobre mim repousa e me acalenta, me consola, me alegra. E me confunde. Mas eu gosto.

Anônimo disse...

Estou suspeitando que essa brisa mexeu não somente com seus cabelos, mas também, com órgãos vitais em teu corpo... Que gostosa essa brisa!!!! rsrs