sábado, maio 13, 2006

É Guerra!

Um vírus, esse ente ainda mal definido pela Ciência da Vida, saído sabe-se lá de que furna dos Infernos, iludiu meus rastreadores biológicos, instalou-se numa posição estratégica e provocou sérios estragos em minhas primeiras colunas defensivas. Por conseguinte, o Estado-Maior ficou exposto e foi preciso o sacrifício de muitos bravos combatentes para a nação permanecer de pé. E ela não tombou acamada por puro estoicismo. Agora, enquanto saneiam as Forças Armadas o campo de batalha (e como há sujeira, Deus!), tento retornar ao labor de registrar aqui minhas teorias sem graça, que os meus amigos lêem por caridade cristã e para não contrariar o dono do blog, que é um neurastênico beirando às portas da loucura.
Para completar, um imbecil invadiu minha conta no Orkut e começou a propagar vírus através dela, contaminando os computadores de meus incautos amigos, que começaram a reclamar que não conseguiam abrir o arquivo enviado por "mim" ou por "eu" estar lhes enviando vírus. Esse último assunto me irritou, porque houve uma tripla ofensa por parte da criatura, a mim (menos mal), à Língua Portuguesa e às leis biológicas (essas duas últimas imperdoáveis).
Não que eu seja um literato, longe disso. Este texto, por exemplo, deve estar repleto de erros gramaticais que nem consigo detectar. Mas o sujeito que usou meu nome, nunca passou nem perto de uma sala de aula em que se tratasse do assunto. Usou aquelas abreviações de preguiçoso (msg) e escreveu um "pocha", com ch e sem acento circunflexo no "o", que me provocou calafrios - que nem foram de febre. O sujeito também ofendeu a Biologia, ao tentar copiá-la canhestramente.
Os vírus costumam ludibriar o organismo humano, obrigando-o a reproduzi-los e, a depender de sua periculosidade, levando-o até a morte. O ebola agride o sistema circulatório assim. A "fita" de RNA que penetra o núcleo da célula e instala-se no cromossomo é copiada em larga escala, até que rompe o citoplasma e, numa reação em cadeia, todas as células do referido sistema provocam hemorragias internas que, se não me falhe a memória, matam o sujeito em até cinco ou quinze dias, não sei. Mas note-se a interpretação de elemento comum ao corpo que ele realiza. É difícil detectá-lo. Portanto, o vírus é espião bem treinado e mortífero. Já o "outro vírus"...
Eu nunca mando mensagens coletivas, nunca envio correntes ou arquivos de qualquer natureza; não mando girafinhas, elefantinhos, balõezinhos, que tenham por finalidade mostrar "a magia da natureza em ação", fora que nem de longe escrevo daquela forma descuidada, por puro respeito ao único idioma que consigo pelo menos arranhar. Portanto, a cópia foi muito mal feita e não conseguiu reproduzir a astúcia de mecanismos de camuflagem como os dos vírus ou do mimetismo. Mas como nossos sistemas de defesa dependem de nossa maneira de viver, de nosso equilíbrio etc., isso me faz refletir.
Estamos no mundo virtual. Nele nos expressamos muitas vezes de maneira envernizada, superficial. A maioria dos relacionamentos é asséptica, resistente à contaminação mútua, tão importante para as vivências humanas e a educação integral. Não nos enxergamos muito bem no virtual, porque o virtual não sofre a prova da convivência, em cuja qual os humores, odores (agradáveis ou não), maus modos, se manifestam e podem ser desagradáveis. No virtual estamos como no mundo platônico: tudo é ideal. Eu tento ser transparente aqui, expressando-me como faço em qualquer lócus, mas talvez não seja o suficiente. E todos nós estamos com os anticorpos em baixa, porque não conseguimos fazer no mundo corpóreo o que conseguimos no ideal: conviver plenamente.
Vou ao encontro de minha meia-dúzia de três ou quatro amigos, a fim de que eles me conheçam melhor. Vou ser mais transparente a partir de hoje, a fim de não vê-los depois dizer ou escrever, em algum lugar: "Um vírus, esse ente ainda mal definido pela Ciência da Vida, saído sabe-se lá de que furna dos Infernos, iludiu meus rastreadores biológicos..."
PS: Alguém aí sabe me dizer que tipo de notoriedade alguém como esse cabeça-de-bagre, que realiza um feito e não pode torná-lo público, permanecendo incógnito e insignificante no anonimato, busca?

9 comentários:

Anônimo disse...

Vivendo! Acertando ou errando, mas, antes de tudo: APRENDENDO!

Anônimo disse...

um dia quero ser tão inteligene assim,
ou pelo menos chegar perto disso,
essa foi a melhor resposta que se pode dar a esse tipo de pessoa.
um grande abraço mestre.

Anônimo disse...

Concordo com seu repúdio às coisas desonestas que andam acontecendo na rede mundial de computadores, mas especificamente, e com muita freqüência , no orkut. Acredito que são artes de pessoas desocupadas, invejosas e acima de qualquer coisa mal amadas, onde gostaríamos de dar às costas como resposta , mas a indignação é tanta que a vontade que temos é de gritar e pedir um basta!
Sem dar nenhuma “ pausa para o silêncio”
Só não concordo quando fala que lemos e ou comentamos seus textos com a caridade cristã ou para não contrariar o dono do blog. Eles são dignos de um meio de comunicação séria e deveria serem lidos por muitas pessoas que sabem apreciar a boa arte de escrever.
Quem lhe conhece Ricardo, e sabe da sua dedicação para com a nossa língua portuguesa, desconfiou de imediato que tal “assassinato” nunca poderia ter pertencido, a sua pessoa. O compreendo perfeitamente.
Mostro-me solidária neste seu momento de chateação e repúdio, pensando seriamente em me afastar do orkut, até que tenhamos uma segurança maior às nossas palavras, fotos e perfis.
Um grande abraço,
Lila

Jacqueline Jack disse...

Adorei o "muito divertida". Rsss. Vai entrar na proxima lista!
Adorei o seu texto Ricardo!
beijo

Anônimo disse...

Concordo com vocë com relaçäo ao mau uso de um intrumento tao bom como o orkut, descobri amigos que näo via a muito tempo e que estäo muito longe, infelizmente em tudo tem o lado negativo, mas näo ë o caso de desistir pois os amigos que vocë conquistou e o que estäo por vir te mostram que tudo vale a pena. Näo concordo com vocë quando diz que é uma caridade em ler seus testos. Um grande abraco de quem teve muito orgulho em te conhecer. Dene

Rafael Melo disse...

Numa coisa você tem razão: se for pra te plagiar, clonar, copiar ou algo o valha, deveria manter pelo menos o estilo. Mas é muito difícil...

P.S.: confesso que ri mais com o "seu" recado do que com seu texto!

Anônimo disse...

Rica, de faCto, esse parasita, anicéfalo, quadrúpede, lombricóide, ácaro, purulento, cianótico, desvairado, xexelento, desembestado, nojento, suburbano, desclassificado, marginal, suíno, cafajeste, ignorante, estafermo, malassombrado, detestável, insano, espaventado, escarnecedor, incolor, piolhento, gângster (e todos os xingamentos que possam existir), não merece a sua "raiva". Mas se todas as vezes que vc ficar com "raiva" escrever algo desse jeito, espero que apareçam mais alguns intrusos no seu Orkut. rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrssrsrsrsrsrs
Ah, pra um Administrador vc até que dá um bom biólogo!

Anônimo disse...

Olá!!
Li seu texto sobre "vírus" Indicado por Marilia ( minha irmã), e gostei muito! Também estou muito revoltada com esses acontecimentos delinqüêntes, inconseqüêntes, irresponsáveis de gente sem o que fazer. Temos que divulgar isso para que as pessoas fiquem ligadas e percebam que trata-se de uma brincadeira de mal gosto e observem pelo perfil que esse amigo não seria capaz de um absurdo desses. Você disse uma coisa muito certa: Estas pessoas geralmente se entregam por não saberem escrever nem o português direito!
Abraços

Jacqueline Jack disse...

Oi!!!
Adoro os seus comentários!Acho que vc disse td quando falou dos eternos conflitos entre "ser" e "ter". Piscianos se entendem né?Rs.
Um grande beijo!